Cuidado com as doenças oncogênicas neste carnaval

Especialista alerta para os vírus que podem desencadear o câncer


O Carnaval está aí e a conscientização da prevenção contra doenças se intensifica. Em um período em que a maioria das pessoas só quer saber de curtição, beijo na boca e uma boa paquera, alguns cuidados são imprescindíveis para que essa brincadeira não estrague a festa.

Segundo o oncologista clínico do COT – Centro Oncológico do Triângulo, Rodolfo Gadia, doenças do tipo viral oncogênico (com potencial para causar câncer) como o Papilomavírus humano (HPV) e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) podem desencadear uma série de processos que, em alguns casos, poderão se transformar em câncer do colo do útero ou até mesmo de boca e garganta, por exemplo.


“Pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras. Dentre os HPV de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero”, afirma o oncologista.


Segundo um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. Se compararmos esse dado com a incidência anual de aproximadamente 527 mil casos de câncer de colo do útero. “Podemos concluir então que o câncer é um desfecho raro, mesmo na presença da infecção pelo HPV. Ou seja, a infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Porém essa incidência vai depender do tipo e carga viral, infecção única ou múltipla do HPV. A idade também interfere nesse processo: a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que, acima dessa idade, a persistência é mais frequente”, conta o especialista.



Como se prevenir?

A ausência de exames para detectar a presença dos vírus de diferentes tipos que englobam o HPV (papilomavírus humano) e a falta de informação são os principais vilões da doença. Geralmente, o vírus pode ficar incubado e se manifestar muitos anos depois.  “É importante lembrar que os sintomas variam de acordo com o tipo de vírus. As mulheres são mais vulneráveis à contaminação em razão do ciclo hormonal, pois a imunidade varia ao longo do mês, diferente dos homens, por isso elas têm mais chances”, alerta o médico oncologista.

Hoje em dia existem duas formas de prevenção, uma delas é fazer os exames de rotina no consultório (colposcopia e vulvoscopia), e ainda o exame citológico (exame preventivo de Papanicolaou). Quando existe a suspeita, a confirmação só acontece através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular. Outra forma é por meio da vacina. Uma delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e contra os tipos 6 e 11, que estão em 90% dos casos de verrugas.

"A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo. A vacina pode ser tomada no Brasil e é administrada em 3 doses, com um, dois e seis meses", explica o especialista.

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