Portal TC Educa reúne dados alarmantes sobre a Educação no estado


Os dados mais atuais da educação em Minas Gerais apontam que 528 municípios não cumprirão a meta 1B do Plano Nacional de Educação (PNE), caso mantenham as atuais taxas de crescimento de vagas em creche para crianças de 0 a 3 anos. O Plano determina que, até 2024, 50% dessa população possa ter acesso a esse serviço público. Entretanto, a média estadual alcançou apenas 27,52% até 2016. A informação é do portal TC Educa (https://pne.tce.mg.gov.br), lançado recentemente pelos tribunais de contas do Brasil. Em Minas Gerais, o Tribunal de Contas do Estado prioriza sua atuação para melhorar a qualidade do ensino público, promovendo o cumprimento das metas do PNE pelos órgãos estaduais e municipais que fiscaliza.

O TC Educa monitora, prioritariamente, o cumprimento das metas 1 e 3 do PNE, uma vez que alguns de seus prazos já venceram. Pela ferramenta digital, é possível saber que 726 municípios mineiros não alcançaram a marca de 100% das crianças de 4 e 5 anos na educação infantil, como exige a meta 1A. Por outro lado, considerando outro público, 799 cidades descumprem a meta 3A, que pretendia que a totalidade dos jovens entre 15 e 17 anos estivessem matriculados. E a tendência, pela taxa de crescimento atual, é que 540 municípios não cumpram a meta 3B, pela qual 85% desses jovens devem frequentar o ensino médio até 2024.

Os dados do Estado divididos por mesorregiões exibem a situação crítica da região Central Mineira onde nenhum dos 30 municípios alcançou, até 2016, a meta proposta do PNE de ter matriculados todos os jovens de 15 a 17 anos.  Na região do Vale do Jequitinhonha, das  50 cidades, apenas o município de Couto de Magalhães de Minas foi capaz de oferecer vagas para todas as crianças de 4 a 5 anos, no ensino infantil,  cumprindo a Meta 1A. E, dos 23 municípios do Vale do Mucuri, Catuji foi a única cidade capaz de atender as metas 1A e 3A do PNE na integralidade até 2016.

Os dados nacionais não são mais alentadores, o Brasil ficou 20,68 % abaixo do resultado definido no PNE para a universalização do acesso de crianças de 4 e 5 anos à educação infantil até 2016, alcançou somente 79,32 %. Neste quesito, na região Sudeste, apenas o Rio de Janeiro apresentou pior desempenho que Minas Gerais. O estado fluminense alcançou 78,59%, atrás de Minas Gerais com 83,69%, Espírito Santo com 90,25% e São Paulo, com 95,02%. E quanto à universalização do acesso à escola de jovens de 15 a 17 anos, o desempenho nacional foi um pouco melhor, 82,53%, mas também abaixo do pretendido. No Sudeste, Minas Gerais apresentou a pior colocação, ficou com 82,68%, atrás do Espirito Santo com 83,26%; Rio de Janeiro com 86,68% e São Paulo, com 89,21%.

Quando a lei que estabeleceu o Plano Nacional de Educação (PNE) entrou em vigência, em junho de 2014, listou as estratégias, diretrizes e metas para serem alcançadas em 10 anos, pela União, estados e municípios. A partir daquele momento todos os planos estaduais e municipais de educação deveriam ser criados ou adaptados em consonância com o Plano Nacional. Os números apresentados pelo TC Educa demostram que a maioria absoluta dos entes federados não tem cumprido a lei, e dificilmente chegarão ao objetivo estabelecido, enquanto as providências  que priorizam a educação não forem tomadas.

Ao avaliar os números do Estado no portal, Naila Mourthé, assessora da presidência do TCEMG e responsável pelo Programa Na Ponta do Lápis do TCEMG, ressaltou que o TC Educa é resultado de um compromisso dos tribunais de contas, registrado na Resolução Atricon nº 03/2015, com o objetivo de oferecer ferramentas tecnológicas para que os municípios possam fazer o planejamento e a locação de recursos de forma devida. Ela explicou que o Tribunal de Contas conhece de perto as dificuldades que os municípios enfrentam para compreenderem a própria realidade, mas não possuem ferramentas próprias como esta, que faz o cruzamento de diversas bases de dados. Para Naila, a ação pedagógica de induzir a melhoria dos resultados nestes índices do Plano Nacional de Educação é uma das vertentes da Corte de Contas do Estado.

Segundo a assessora da presidência, a meta 2 do PNE, que diz respeito à universalização do ensino fundamental já está garantida. Por esta razão o portal TC Educa faz o acompanhamento minucioso das metas 1 e 3.  Naila ressaltou a relevância dessas metas que têm a preocupação com o ensino infantil e com os jovens que estão prestes a entrar no mercado de trabalho, sem qualificação e desassistidos em termos educacionais.  “No passado, diziam que a escola era muito boa; era boa mas poucos tinham acesso”, lembrou ela.  “Hoje temos dois grandes desafios a serem vencidos, um é a melhoria na qualidade da educação. O outro, porém, vem antes, é preciso fazer uma educação para todos. A gente tem que levar a sério o desafio da inclusão”, concluiu Naila.




Comentários

potagens mais vistas

O poder do perdão: entenda como superar sentimentos de mágoa e vingança podem contribuir para a saúde e vida plena

Sistema FAEMG presente na Expomonte em Monte Carmelo

Sistema FAEMG participa da Caravana Embrapa FertBrasil

Atração infantil inédita 'Banheira dos Patinhos' chega ao Center Shopping Uberlândia

Peac do Dmae atendeu mais de 20 mil pessoas no primeiro semestre de 2022

Pequenos insetos podem prejudicar safra de trigo no Brasil e afetar ainda mais o preço de alimentos

Lançamento livro do Zelão O Embaixador do Cerrado

Projeto da Prefeitura garante inclusão do pó de basalto no Plano Safra 2022/2023

Gaspar de Souza ,disponibiliza seus trabalhos de reportagens com qualidade para Radio Agora Minas