Samarco se reúne com Movimento dos Atingidos por Barragens
Negociação nesta sexta (11) foi intermediada pelo Executivo e pela ALMG, mas terminou sem acordo.
A reunião foi intermediada pelo líder do Governo, deputado Durval Ângelo, e pelo subsecretário de Relações Institucionais da Secretaria da Casa Civil, Rômulo Ferraz - Foto: Raíla Melo |
Representantes da mineradora Samarco e do Grupo Vale se reuniram, na manhã desta sexta-feira (11/3/16), com integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que representam algumas das vítimas do rompimento da Barragem do Fundão, ocorrido em Mariana (Região Central do Estado), em 5 de novembro de 2015. A reunião, que terminou em impasse, aconteceu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e foi intermediada pelo líder do Governo no Parlamento, deputado Durval Ângelo (PT), e pelo subsecretário de Relações Institucionais da Secretaria de Estado da Casa Civil, Rômulo Ferraz, após o MAB ter obstruído o tráfego nas linhas férreas de propriedade da Vale.
A obstrução das linhas férreas da Vale aconteceu na terça-feira (8), no distrito de Cachoeira Escura, que pertence ao município de Belo Oriente (Vale do Rio Doce). O trecho foi liberado após a marcação da reunião desta sexta. Cachoeira Escura tem cerca de 12 mil habitantes, segundo o MAB, e enfrenta uma grave escassez de água, que foi uma das questões emergenciais apresentadas à empresa pelo movimento social. O coordenador de Desenvolvimento Socioinstitucional da Samarco, Stanislau Klein, assumiu o compromisso de acelerar o detalhamento do projeto de engenharia para nova captação alternativa de água em Cachoeira Escura.
O deputado Durval Ângelo lamentou que a empresa não aceitasse enviar carros-pipa a Cachoeira Escura para amenizar o sofrimento dos moradores enquanto não se providencie uma solução definitiva. “O problema é grave e a prefeitura é incompetente e inoperante. Entendemos que a empresa deveria flexibilizar e colocar os caminhões-pipa, mas parece que os negociadores não vieram com poder de decisão”, afirmou o parlamentar. Ele ressalvou, no entanto, que a Samarco não se recusou a atender essa e outras reivindicações no futuro e que espera uma reavaliação da empresa.
Segundo Joceli Andrioli, os moradores de Cachoeira Escura estão doentes por causa da água Segundo Joceli Andrioli, os moradores de Cachoeira Escura estão doentes por causa da água - Foto: Raíla Melo
Segundo Joceli Andrioli, os moradores de Cachoeira Escura estão doentes por causa da água - Foto: Raíla Melo |
De acordo com um dos membros da coordenação do MAB que participou da reunião, Joceli Andrioli, os moradores de Cachoeira Escura estão ficando doentes em razão do consumo de água contaminada. “É uma situação de calamidade pública. Há ainda a situação dos produtores rurais, dos animais, da produção de leite e de inúmeras pessoas que estão fora do cadastro para a verba de manutenção, em vários municípios”, advertiu Andrioli.
O dirigente do MAB afirma que a empresa tem adiado a discussão de todas as reivindicações, argumentando que só poderá discuti-las a partir da homologação do acordo firmado com o governo federal no início de março. Durante a reunião, o dirigente da Samarco, Stanislau Klein, argumentou que a empresa não pode deixar de avaliar questões técnicas, ouvir autoridades locais e de alinhar suas ações com políticas públicas já implementadas, e por isso não podia assumir compromissos imediatos. “Esse argumento é infundado. Os atingidos devem ser sujeitos desse processo e a empresa não tem respeitado isso. É subterfúgio para não indenizar”, acusou Andrioli.
Para a próxima semana, devem ser agendadas uma reunião do MAB com a Advocacia-Geral do Estado e outra com representantes do governo federal para discutir as reivindicações do movimento. A entidade quer que essas exigências sejam consideradas em uma revisão do acordo firmado entre a União e as empresas.
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