Reuniao Estados Unidos x Países Africanos.



Primeiro foram os europeus que, a partir do seculo XVI, entraram pelo continente africano afora deixando marcas indeleveis de sua presenca. Depois foram os Estados Unidos e a Russia, que transformaram o continente africano no palco quente da guerra fria, ceifando milhares de vidas. Esse dois momentos cristalizaram no corpo, na alma, na mente e na economia dos africanos o que eles sao hoje: o continente mais atrasado do mundo, num ciclo eterno de pobreza, doenças, fome e golpes de estado sem fim.


Neste inicio de século estamos assistindo a entrada dos chineses e, ao que parece, com uma proposta diferente: transformar o continente negro no continente amarelo. Mais de cinco milhões de chineses ja habitam a África, praticamente em todos os países do continente.

Agora o presidente dos Estados  Unidos, Barack Obama, convidou 47 dos 54 paises africanos para uma grande reuniao em Washington. Ficaram de fora os paises com os quais os Estados Unidos nao mantêm bom dialogo e a Guine Bissau, cujo presidente interino ainda nao foi reconhecido pelo governo americano.

A reuniao (ou cimeira) devera acontecer entre os dias 5 e 6 de agosto deste ano.

Qual seria o objetivo de tão ampla reuniao, praticamente com todos os lideres africanos? Nao poderia ser outro a nao ser anunciar ao “bloco Africa” a disposicao e os compromissos do governo americano com o comercio e investimentos no continente. Certamente que junto a essa “formula” vai o comprometimento dos lideres africanos com o desenvolvimento da democracia no continente.
O avanço dos Estados Unidos sobre a Africa seria um contraponto ao avanço chinês ou somente uma jogada de marketing.?

Sendo ou nao sendo um contraponto, a presença americana e chinesa no continente outrora dominado pelos europeus garante lances espetaculares.

E o Brasil, irmão de sangue de quase todos os povos africanos, onde fica nessa historia.? Ora, fica onde sempre ficou: no discurso. Nao temos nenhuma companhia aerea brasileira fazendo voos para qualquer país africano. Da mesma forma nao temos qualquer companhia maritima fazendo ligaçoes diretas do Brasil para a Costa Oeste africana. Em decorrencia de tudo isso nosso comercio com a Africa não chega a 3% das importaçoes africanas.

Apesar de termos todos os requisitos para participar dos destinos do continente africano, nao temos “cacife” para isso. Nossa politica externa nao é a politica externa de uma nacao, mas sim de um partido politico (ou de um politico) com todas as trapalhadas que isso possa representar.
Quem podera, então, lucrar com essa disputa sino-americana na Africa?

Se os africanos souberem jogar o jogo dos interesses internacionais, desprovido de paixoes ideologicas, eles poderao ser os grandes ganhadores nessa disputa.  

Da primeira vez que a Africa foi palco de uma disputa internacional, os contendores eram os Estados Unidos e a antiga Uniao Sovietica, com os países europeus servindo de pano de fundo. Os países africanos  deixaram-se levar pelo jogo ideologico e comprometeram seriamente o futuro do jovem continente. Agora, se souberem jogar o jogo da inteligencia, poderao ser os grandes ganhadores dessa contenda.  
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Altair Maia.
International Business Consultant.
Lecturer on African issues
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