Luto no esporte brasileiro: morre em Uberlândia o narrador Luciano do Valle

Luciano do Valle dedicou vida ao jornalismo esportivo (Foto: Adir Mera / O Globo)
Jornalista passa mal em voo e é atendido pelo Corpo de Bombeiros na chegada ao aeroporto de Uberlândia, mas não resiste. Morte é confirmada pela TV Bandeirantes


Luciano do Valle dedicou vida ao jornalismo esportivo (Foto: Adir Mera / O Globo)
Morreu na tarde deste sábado, em Uberlândia, o narrador esportivo Luciano do Valle, de 70 anos. Ele foi internado em um hospital particular da cidade mineira, na tarde deste sábado, após passar mal durante voo até a cidade - onde faria a transmissão do jogo entre Atlético-MG e Corinthians, no domingo, pelo Campeonato Brasileiro. O jornalista, que viajava de São Paulo, foi socorrido ainda no aeroporto da cidade mineira pelo Corpo de Bombeiros. A morte do narrador foi confirmada pela TV Bandeirantes, emissora na qual trabalhava (relembre narração dele no vídeo abaixo). O último jogo transmitido por ele foi a final do Campeonato Paulista - o título do Ituano sobre o Santos nos pênaltis no domingo passado.
De acordo com assessoria de imprensa do Hospital Santa Genoveva, o narrador deu entrada às 15h10 com parada respiratória e foi direto para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O óbito foi confirmado às 16h15. A causa da morte ainda não foi confirmada. O médico que o atendeu no voo, Roberto Botelho, relatou à TV Bandeirantes que a passagem de Luciano foi sem sofrimento, uma "morte súbita". Infecção na aorta, embolia pulmonar e infarto são algumas hipóteses levantadas pelo médico, mas ainda é cedo para determinar a causa da morte.

O jornalista da TV Globo Marco Aurelio Souza estava no mesmo voo do narrador e contou o que se passou no avião.

- Ele não se sentiu bem durante o voo. Não teve nenhum rebuliço no avião. Ele só comunicou à comissária que não se sentia bem e pediu que, quando o avião descesse, chamassem um médico. Estava na primeira fileira. Todos os passageiros saíram, mas ele permaneceu. Quando eu saía, o comandante já tinha saído da cabine e conversava com ele indicando que tinha chamado um médico. A gente ficaria no mesmo hotel. Quem me relatava as coisas era o Fernando Fernandes, da Band. O Luciano já foi muito mal para o hospital. Meia hora depois, o Fernando me ligou para dizer que ele tinha morrido de um problema do coração - relatou o jornalista.
O repórter da Bandeirantes Fernando Fernandes também estava no voo. Ele relatou, em entrevista para a emissora, que Luciano já não se sentia bem em São Paulo, antes do embarque.

- Tínhamos o voo às 13h30 de São Paulo para Uberlândia. Ele disse que estava com dor nas costas. No meio do voo, fui lá para a frente e vi que ele não estava bem, que estava suando - comentou Fernandes.

Hospital Santa Genoveva Uberlândia Luciano do Valle  (Foto: Daniel Mafra)
Luciano do Valle foi atendido no Hospital Santa Genoveva, mas não resistiu (Foto: Daniel Mafra)
Luciano do Valle Queiroz nasceu em Campinas, trabalhava atualmente na TV Bandeirantes e foi narrador esportivo da TV Globo por 11 anos. Chamado de "o melhor gol da TV", era considerado um dos principais profissionais da imprensa do país, tendo transmitido Copas do Mundo, Olimpíadas, Fórmula 1 e Fórmula Indy, além de ter sido apresentador do "Globo Esporte". Foi o responsável por aumentar a programação esportiva da Band e valorizar esportes olímpicos - vôlei e basquete, por exemplo -, além de diversificar a cobertura de futebol, com espaço para divisões inferiores e jogos de veteranos. 
Torcedor da Ponte Preta, Luciano iniciou a carreira na Rádio Brasil e ganhou destaque trabalhando na Rádio Nacional, em São Paulo. Pela emissora, participou da cobertura da conquista do tricampeonato mundial de futebol na Copa do Mundo do México. No mesmo ano, passou a fazer parte da equipe da Globo. A primeira transmissão ocorreu no basquete masculino, no Troféu Governador do Estado de São Paulo. Em 2003, ele também fez parte da equipe esportiva da TV Record. 
Algumas de suas narrações ficaram célebres, como o último gol de Zico pela seleção brasileira, em amistoso contra a Iugoslávia, em 1986 ("Não há palavras para descrever o gol de Zico"); o gol de Ronaldinho Gaúcho pelo Brasil contra a Venezuela na Copa América de 1999 ("golaaaço desse menino que é ótimo"); e o gol de Edílson pelo Corinthians sobre o Real Madrid no Mundial de Clubes em 2000 ("E aí ele disse: 'Eu sou o Edílson, o Capeta'").
Por Fernanda Resende e Gullit Pacielle
Uberlândia, MG

Comentários

potagens mais vistas

Gaspar de Souza ,disponibiliza seus trabalhos de reportagens com qualidade para Radio Agora Minas

A Festa do Carro de Boi da Cachoeira, que está completando 25 anos, tem seu calendário confirmado

Sindiveg apoia workshop sobre uso de drones na pulverização de defensivos agrícolas, da AgroEfetiva

Musical mostra a última obra de Clarice Lispector

Projeto da Prefeitura garante inclusão do pó de basalto no Plano Safra 2022/2023

30º Seminário do Café será em setembro em Patrocínio

O poder do perdão: entenda como superar sentimentos de mágoa e vingança podem contribuir para a saúde e vida plena

Atração infantil inédita 'Banheira dos Patinhos' chega ao Center Shopping Uberlândia

Plantão Digital: Fiemg Alto Paranaíba repassa equipamentos