Triângulo Mineiro é a região que tem o menor índice de idosos analfabetos do Estado
O Triângulo Mineiro é a região que possui o menor índice de idosos analfabetos do Estado, 24,4%. A média estadual é de 29,9%, mas em algumas regiões do Estado o analfabetismo chega a mais de 50% da população com 60 anos ou mais. A informação é da Fundação João Pinheiro (FJP), que traçou um perfil da população idosa em Minas Gerais por meio da Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD-MG) 2011.
O nível de instrução dos idosos também foi avaliado e o quadro evidencia a deficiência do sistema de ensino vivido por essa população nas décadas passadas. No Triângulo, os números são os melhores no comparativo com as demais regiões de planejamento: 55% são analfabetos funcionais, índice abaixo da média do Estado (57,7%); 19,9% possui primário completo; 6,1% fundamental incompleto; 7,3% fundamental completo e médio incompleto; 6,5% médio completo e superior incompleto; e 5,2% possui superior completo (maior percentual do Estado). A média de anos de estudo também é maior no Triângulo (3,9 anos).
A região é composta por 11,3% de população idosa, o que corresponde a 165.222 pessoas. Destes, 9,8% possuem entre 60 e 79 anos de idade, e 1,5% tem 80 anos ou mais. Foi constatada também a razão de 82,7 homens para cada 100 mulheres e observa-se que o Triângulo possui o menor índice de idosos casados (46%). Os viúvos correspondem a 32,3%; solteiros 10,9%; e desquitados/divorciados, 10,8%.
Em Minas Gerais, 11,8% da população tem 60 anos ou mais. Em números absolutos, são 2,3 milhões de idosos em todo o Estado. A pesquisa alcançou aproximadamente 18 mil domicílios em 1.200 setores censitários e 428 municípios mineiros. A pesquisadora da Fundação João Pinheiro e uma das responsáveis pelo perfil da população idosa de Minas, Juliana Riani, ressalta que o recorte regional dos dados é fundamental em um estado tão heterogêneo como Minas. “Neste momento em que vivemos o envelhecimento da população, é essencial conhecermos os idosos mineiros e as características regionais, para a eficácia das políticas públicas. Ou seja, esse diagnóstico regional permite focalizar as políticas públicas”.
Mercado de trabalho
O perfil traz outros números interessantes, como o que demonstra que o Triângulo é a região onde a renda do trabalho é a que tem maior peso no rendimento total dos idosos. Assim, 31,2% dos rendimentos da população com 60 anos ou mais é proveniente do trabalho. Os outros 63,5% é proveniente de aposentadorias e pensões, e 5,3% de outras fontes. Empregados assalariados, com registro em carteira no setor privado, também são mais frequentes entre os trabalhadores idosos do Triângulo, 24,2%. Idosos que continuam atuando como trabalhador por conta própria somam 41,9%; empregado assalariado sem carteira no setor privado, 7,2%; empregado assalariado com carteira no setor público, 0,6%; empregado assalariado sem carteira no setor público, 3,3%; estatutário, 3,7%; outro trabalhador remunerado, 10,8%; e empregador, 5%.
Com relação ao estabelecimento de trabalho, a pesquisa também constatou que o Triângulo Mineiro apresenta maior concentração de idosos que atuam em local designado pelo empregador, cliente ou freguês (31,5%), seguida de trabalhadores idosos que atuam em lojas, oficinas, fábricas, escritórios, escolas ou repartições públicas (25%). O restante atua no próprio domicílio, 19,4%; em fazenda, sítio, granja ou chácara, 14,7%; em veículo automotor, 2,6%; em via ou área pública, 2,5%; e outro, 4%.
Condição do idoso no domicílio e arranjo domiciliar
Segundo os dados da PAD-MG de 2011, a região do Triângulo possui 88,6% de idosos que têm papel central no domicílio (chefe de família e cônjuge). Além disso, 19,9% dos idosos da região moram sozinhos (maior percentual do Estado); 23,5% corresidem apenas com idoso; 43,3% corresidem apenas com adulto (15 a 59 anos); 1,5% corresidem apenas com criança (0 a 14 anos); e 11,9% corresidem com adulto e criança.
Saúde
O estudo avaliou, ainda, aspectos da saúde dos idosos. No Triângulo, 59,4% dos idosos apresenta hipertensão arterial; doenças de coluna (39,7%); artrite ou reumatismo (25,3%); doenças cardíacas (24%); diabetes (19,1%); depressão (11,3%); insuficiência renal crônica (8,5%); câncer (2,7%); e tuberculose (0,2%). Além disso, ficou constatado que 26,9% possui plano de saúde.
Já a análise da realização de exames por parte da população feminina com 60 anos ou mais mostrou que, no Triângulo Mineiro, as idosas são as mais preocupadas com a prevenção. Os percentuais de mulheres idosas que realizaram exames preventivos há um ano ou menos são os maiores do Estado: 47,8% fizeram o Papanicolau; 49,1% o exame clínico de mamas; e 45,4% a mamografia. Os índices mais baixos do Estado daquelas que nunca passaram pelos exames também estão na região: 7,3% nunca fizeram o Papanicolau; 13,4% o clínico de mama; e 18,2% a mamografia.
Aline Caludino
SEGOV
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