Falta de professores é o principal problema enfrentado pelas APAEs
As APAEs de Minas Gerais estão sofrendo as consequências da exoneração dos professores da Lei 100. Cerca de 2.500 servidores atingidos pela revogação atuavam diretamente nessas entidades. No Triângulo, a situação não é diferente. Muitas APAEs da região estão trabalhando com cerca de 50% dos professores. A situação foi debatida, nesta terça-feira (19/4), em audiência pública na Assembleia Legislativa (ALMG). A autoria da reunião é do deputado estadual Arnaldo Silva (PR).
“A reivindicação é séria e precisa de uma solução emergencial. Existem APAEs que não estão atendendo os alunos por falta de profissionais. Essas entidades possuem um papel fundamental na educação de pessoas com deficiência e não devem ser tratadas apenas como instituições de assistência social”, afirmou Arnaldo, que é membro da Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência da ALMG.
A conselheira regional das APAEs do Triângulo II, Vilma Paula Machado é diretora da entidade em Frutal e representa mais dez instituições da região. Segundo ela, todas estão passando por essa dificuldade. “Há três meses estamos sofrendo com esse problema e não sabemos mais o que fazer”.
A diretora da APAE de Ituiutaba, Valéria Aparecida, disse que, de 22 professores, hoje ela trabalha com 14. “Quando muda o professor, temos que fazer um trabalho com os alunos para que eles possam se acostumar com os novos profissionais. Por isso, esses professores devem ter a sensibilidade necessária para ensinar aos nossos estudantes”, reivindicou.
A representante da Secretaria de Estado de Educação, Margareth Caldas, disse que, no Triângulo, 823 professores das APAEs foram afetados pela Lei 100. Desse número, o Governo de Minas vai repor 564. Mesmo assim, ela se comprometeu a levar as reivindicações dos diretores das APAEs para a secretária de Estado de Educação na tentativa de solucionar o problema.
PROPOSTAS - Como resultado da audiência pública, o deputado Arnaldo Silva apresentou três requerimentos. O primeiro pede a realização de um concurso público para a contratação de professores para as APAEs. Desta forma, esses profissionais terão estabilidade para realizar um trabalho contínuo, além do Governo de Minas ter um quadro de servidores voltados especificamente para o atendimento de pessoas com deficiência.
O segundo requerimento visa a criação de um Fundo Estadual para atender as instituições que cuidam de deficientes. Segundo ele, as APAEs sofrem constantemente com a falta de recursos. Já o último é para que a Loteria Mineira destine parte de sua arrecadação para essas entidades.
PRESENÇA - Além das APAEs de Frutal e Ituiutaba, participaram as entidades das cidades de Centralina, Santa Vitória, Ipiaçu, Araporã, Candeias, Campo Belo, Perdões, Carmo do Paranaíba, Governador Valadares e Lagoa Grande. Também participaram os vereadores de Frutal Carlos Roberto Silva, Josimar Ferreira Campos e Edvalder Fernandes da Silva; o vereador de Ituiutaba Wanderson José Rodrigues; e o presidente da Câmara de Canápolis, vereador Márcio Sousa (Cute).
Texto e foto: Janaina Massote
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