Com irreverência, borracheiro patense coleciona pregos há 11 anos e conta histórias

Com irreverência, borracheiro patense coleciona pregos há 11 anos e conta histórias


Os pregos que furam os pneus são chamados carinhosamente de "amigos".

A cada serviço, Tião Borracheiro retira o novo amigo e prende nas folhas de isopor penduradas na parede.


A ideia de colecionar pregos foi do Tião Borracheiro, proprietário de uma borracharia no Bairro Lagoa Grande. A coleção começou em 2002 e, de lá para cá, só vem aumentando. E quem pensa que é só prego e parafuso que fura pneu está muito enganado. Os mais diversos tipos de materiais já serviram para gerar o ganha pão do profissional. Chamados carinhosamente de “amigos”, cada um possui uma história que fica guardada na memória, mesmo com o passar dos anos.

É praticamente impossível ir à borracharia que fica na Rua Dona Luiza e não se interessar pela coleção irreverente do profissional que já cola e troca pneus há 23 anos. A cada serviço, Tião Borracheiro retira o novo amigo e prende nas folhas de isopor penduradas na parede da borracharia. Separadas por ano, elas mostram a quantidade de serviços prestados em Patos de Minas. Segundo ele, a ideia surgiu quando viu uma reportagem em que um médico colecionava os objetos que engasgavam seus pacientes.
Depois disso, a coleção não parou mais de crescer e as histórias despertam a atenção. Segundo ele, um dia apareceu um cliente com o pneu furado por uma ponta de anzol. Em seguida, outro também chegou com o pneu furado por anzol. Os dois “amigos” estão lá para provar. A coincidência nunca se repetiu e fica a dúvida se os dois clientes não furaram o pneu no mesmo lugar. E tem mais histórias. Um freguês teve o pneu atravessado por uma ponta de vergalhão minutos depois de trocar o pneu. A foto mostra o azar do motorista e a sorte do Tião Borracheiro.
Os acontecimentos são vários e os “amigos” também. Apesar do maior número ser mesmo de prego e parafuso, já teve “amigo” osso, brinco, prego de carro de boi, moeda, toco de eucalipto e até salto de sapato alto. O maior de todos foi uma inacreditável chave de vela. E a coleção não passa mesmo de uma grande brincadeira. Em cima da coleção, ele deixou a seguinte frase: “Se o seu melhor amigo é o cachorro, o meu é o prego”, leu em voz alta com um sorriso no rosto.
E o pior que não são só amigos. Ele também coleciona os seus inimigos. Abaixo de cada coleção, ele pendura os objetos que furaram o pneu do próprio carro. E também guarda situações difíceis. Um colega mais brincalhão chegou na borracharia e gritou: “_Oh Tião, os pregos que você me deu já acabaram. Arruma mais aí?” Um senhora que havia acabado de chegar com o pneu furado ficou assustada. Tião Borracheiro teve que se explicar.

Mas a intenção é mesmo de descontrair e a maioria das pessoas recebe a brincadeira na maior naturalidade. Os fregueses mais assíduos fazem questão de marcar seus inimigos. “Um cliente amarrou uma linha no “amigo” que furou o pneu do carro dele para ficar marcado”, contou. E essa matéria não poderia ter começado de outra forma. O pneu do meu carro furou e foi realmente um “amigo”, pequeno pedaço de ferro, que furou. Este também ficou guardado lá e ajudou a aumentar a coleção que a cada ano cresce mais.
Para concluir e destacar que tudo é mesmo uma grande brincadeira, o borracheiro, que faz questão de estampar um pôster do time do coração ao lado da coleção, contou a história de outro cliente. De acordo com ele, uma vez, ao falar sobre a coleção de “amigos”, o freguês lhe disse que o melhor era jogar na rua para poder furar os pneus e conseguir mais clientes. Mas a resposta foi imediata: “esses aqui estão aposentados, eles não furam o pneu de mais ninguém”, concluiu apontando para os “amigos”.
Autor: Farley Rocha

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