Utilização das novas mídias e aula de jornalismo investigativo encerram Intercom

Utilização das novas mídias e aula de jornalismo investigativo encerram Intercom

“A melhor reportagem de um jornalista é sempre a próxima, e temos que estar preparados para ela”. Assim, o jornalista Roberto Cabrini encerrou sua participação no último dia de paíneis da I Semana Internacional de Comunicação. O evento aconteceu na noite desta quinta-feira (7) no auditório da Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (Esamc) e contou com as palestras do argentino e doutor em Comunicação Audiovisual pela Universidade Autônoma de Barcelona e com pós-doutorado no HCI Group, Universidade de Stanford, Hugo Pardo Kuklinski, e Bruno Torturra, um dos fundadores da Mídia Ninja. Os debates foram mediados pelo jornalista e chargista Maurício Ricardo.


Quem iniciou a série de palestras foi o argentino Hugo Pardo, que falou para o público sobre a necessidade dos profissionais se adequarem às novas mídias e sobre o empreendedorismo dos jornalistas. “O profissional tem que mudar, ele tem que ser jornalista e pensar em um novo modelo de negócio, que o sustente profissionalmente no futuro. Os profissionais têm que criarem seu próprio produto, sua própria marca, e principalmente, aliar as mídias sociais com um jornalismo independente, em tempo real, com valor social e focado também como negócio”, disse.
      Crítico da imprensa tradicional, o jovem Bruno Torturra, líder da Mídia Ninja que entrou em evidência com os protestos de junho, falou quais foram os motivos pelo qual o grupo foi criado. A Mídia Ninja começou em 2012, com uma proposta de jornalismo independente e hoje tem mais de 200 mil seguidores no Facebook. Na cobertura das manifestações a Mídia Ninja conseguiu ficar bem próxima dos jovens que protestavam e dos policiais, e postavam pelos smartphones em tempo real vídeos e fotos dos protestos. Torturra acredita que o sucesso do grupo se fez devido ao pensamento de várias pessoas sobre a credibilidade da imprensa tradicional e que tornou a Mídia Ninja uma fonte confiável de informação para os participantes das manifestações. Dentro dos ideais do grupo está a democratização da comunicação. “A imprensa tradicional mente, não mostra a realidade, e ainda tem muitos interesses políticos e pessoais nos grandes veículos de comunicação. O grupo veio para ajudar e fazer parte da mudança, um pontapé inicial para dar respostas às perguntas aos colegas da minha geração”, disse.
      Quem deu uma aula de jornalismo investigativo para os estudantes de comunicação foi o jornalista Roberto Cabrini, atualmente editor-chefe do programa Conexão Repórter, do SBT. O jornalista iniciou na carreira aos 16 anos, numa pequena rádio do interior de São Paulo e durante a palestra afirmou que para ser jornalista é necessário primeiramente ter humildade e para uma boa matéria é preciso abordar a vida das pessoas, prestando atenção a todos os detalhes. “Em tese, todo jornalismo deveria ser investigativo, essa é a essência do jornalismo, ouvir o contraditório”, disse. Cabrini também ressaltou elementos que servem de pilar na profissão, como humildade, iniciativa e compromisso com a verdade. “É impossível se fazer jornalismo imparcial, mas é a busca pela imparcialidade que vai fazer de fato vocês jornalistas”, disse Cabrini para uma plateia formada, em sua maioria, por estudantes de Comunicação.
      No encerramento do paínel, Cabrini exibiu um vídeo contendo diversas reportagens que ele cobriu no Brasil e no exterior. O jornalista fez mais de 3 mil reportagens envolvendo personagens polêmicos, políticos, personalidades, e cobriu seis guerras em vários países mostrando a miséria e violência. O repórter ainda deixou um recado para os futuros jornalistas que estavam na plateia. “Hoje mostrei um vídeo contento minhas reportagens, quero voltar aqui bem velhinho e ver o de vocês. E não se esqueçam: é melhor levar um furo de reportagem do que exibir uma reportagem mal apurada”, encerrou.

Estudantes

“Acredito que foi uma experiência única participar da Intercom. Aqui tive a oportunidade de  fazer contato com pessoas que lidam no mercado. Eu como produtora conheci pessoalmente as pessoas com quem eu falo apenas por telefone diaramente, além, claro, do aprendizado adquirido assistindo palestras de profissionais de renome internacional. Agora estou aguardando anciosa para que chegue logo ano que vem e comece mais uma Semana de Comunicação”, disse Fernanda Paranhos, estudande de jornalismo e produtora em uma TV da cidade .
Durante a Intercom, teve também execução de trabalho acadêmico. Sérgio Gouveia, professor de RadioJornalismo lançou um trabalho valendo a nota da prova para o grupo que fizesse a melhor cobertura da Semana Interncional de Comunicação. O estudante Júnior Caritel conta que foi uma disputa acirrada entre os três grupos da sala.  Ele participou de várias oficinas e consegiu o maior número de entrevista com os palestrantes. “ Aprendi muito com a Intercom, consegui absorver todo o conteúdo das palestras, das oficinas e quero seguir o exemplo dos profissionais que tive a oportunidade de conhecer. E o trabalho da faculdade foi um aliado nessa conquista, pois proporcionou o contato mais próximos com os profissionais”, contou.
     

Paula Maia
Comunicação
08/11/2013

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