REPORTAGEM ESPECIAL Metade das pessoas com diabetes não foi diagnosticada

REPORTAGEM ESPECIAL
 Metade das pessoas com diabetes não foi diagnosticada




Das grandes capitais aos pequenos municípios do país, a diabetes é uma das principais causas de mortes decorrentes de problemas que envolvem o sistema cardiovascular. No Brasil, em 2010, mais pessoas morreram por complicações causadas pela doença do que vítimas de acidentes de trânsito. Em Uberlândia, 12.426 diabéticos estão cadastrados no sistema nacional SIS Hiperdia, do Ministério da Saúde. Mas a estimativa é de que o número seja maior, uma vez que metade das pessoas que têm a doença ainda não foi diagnosticada.

A fim de conscientizar a população e promover o tratamento desses pacientes, a Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia, por meio do Programa Municipal de Hipertensão e Diabetes, promove, nesta semana, ações com o tema “Diabetes: Proteja o nosso futuro”. O objetivo é alertar as pessoas que por meio de hábitos saudáveis (prática de exercícios físicos e alimentação balanceada) é possível mudar o curso da doença.
Nesta quinta-feira (14), Dia Mundial do Diabetes, a Secretaria de Saúde promove uma caminhada no Parque do Sabiá. Além de atividade física, serão feitos testes glicêmicos e verificação da pressão arterial, bem como ações educativas sobre o assunto. “O diagnóstico precoce da doença, o tratamento adequado e o acompanhamento constante dos índices glicêmicos é o modo de evitar complicações como lesões na retina, infarto, insuficiência renal e amputações. Por isso, nos preocupamos com a divulgação de informações sobre a doença”, afirma Almir Fontes, secretário municipal de Saúde.
Além da ação de conscientização, a prefeitura oferece tratamento e acompanhamento médico nas unidades de saúde e no Centro Municipal de Atendimento aos Diabéticos. Os pacientes têm acesso gratuito aos medicamentos mediante receita nas unidades de saúde ou nas farmácias conveniadas ao programa Farmácia Popular.

Uberlândia conta com Ambulatório do Pé Diabético

Com o objetivo de adotar medidas preventivas e terapêuticas, também foi implantado em Uberlândia o Ambulatório do Pé Diabético. “É comum o paciente com diabetes perder a sensibilidade dos pés, feri-los e não perceber, favorecendo o surgimento de úlceras nos membros inferiores. Se não tratado, pode ser necessária a amputação”, explica Maria Luiza Mendonça, coordenadora do Programa de Hipertensões e Diabetes.
O ambulatório conta com uma equipe multidisciplinar nas áreas e realiza avaliação, consultas médicas, curativos e encaminhamento para palmilhas e calçados especiais, bem como para cirurgias e exames especializados. Além da avaliação médica dos pés, é importante manter as taxas de glicemia controladas para evitar problemas maiores em decorrência da doença.
Sinais simples, mas que apontam um alerta 

A diabetes se manifesta quando o pâncreas já não é capaz de produzir insulina ou quando o corpo não pode fazer bom uso do hormônio que gera. A insulina age permitindo que a glicose adquirida por meio dos alimentos ricos em carboidratos entre nas células e garanta ao corpo a energia para sobreviver. Dois tipos de diabetes são comuns na população: tipo I e tipo II. 
O tipo I é uma doença autoimune na qual o organismo começa a produzir anticorpos que atacam as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Nesse caso, é necessária a aplicação de injeções diárias de insulina, pois o corpo já não produz o hormônio ou a quantidade é insuficiente.
A publicitária Lilian Rosa foi diagnosticada com a diabete tipo I quando tinha apenas oito anos. “Na época havia pouca informação, e eu me sentia péssima. Minha mãe sempre me acompanhava porque tinha que aplicar insulina em mim quatro vezes ao dia. Mudei os meus hábitos alimentares e de toda a minha família”, conta. Para se acostumar à nova rotina, a convivência com pessoas diabéticas foi importante para Lilian. Hoje, ela considera que o diabético tem a vida saudável que todo mundo devia ter. “Convivo com a diabetes há 21 anos e aprendi a prosperar com aquilo que incomoda e atrapalha. Não tenho resistência ao tratamento e vivo bem”, diz.

As ações do tempo e os excessos da vida

Já na diabetes tipo II, que ocorre com maior frequência em pacientes acima dos 30 anos, o organismo não deixa de produzir insulina, mas se torna resistente à ação do hormônio, e as taxas de glicose no sangue acabam elevando-se. Considerado silencioso, o diagnóstico tipo II atinge 90% dos diabéticos e, segundo Maria Luiza, se desenvolve por diversos fatores, entre eles, predisposição genética, maus hábitos alimentares, obesidade e sedentarismo.
Quando a dona de casa Ana Maria Alves fez o teste de glicemia e foi diagnosticada pré-diabética, ela não incorporou as mudanças de hábitos solicitadas pelo médico no tratamento. “Eu não levei a sério, pois me sentia muito bem. Alguns meses depois, comecei a sentir tonturas. O dia mais difícil foi quando tive a sensação de estar ficando cega”, relembra.
A obesidade é um fator de risco para o paciente diabético. A eficácia do tratamento depende não só do acesso oportuno e precoce ao tratamento, mas também da disciplina em incorporar hábitos saudáveis. A prática regular de exercícios físicos e alimentação balanceada é fundamental. “Antes consumíamos nove litros de óleo por mês em casa. Hoje o consumo é de um litro”, diz Ana Maria.  O apoio familiar também é importante para o paciente diagnosticado com diabetes. O professor Cláudio Roberto acompanha sua esposa regularmente às consultas no Centro de Atenção ao Diabético. “Há seis anos ela descobriu a doença. Hoje fazemos caminhadas juntos e controlamos nossos hábitos alimentares, já que há três anos eu também fui diagnosticado com hipertensão”, conta Cláudio.
Incorporar hábitos saudáveis é importante também para as pessoas que, mesmo não apresentem a doença, tenham histórico familiar. Esse é o alerta de Maria Luiza: “Às vezes, o diagnóstico da diabete muda a vida do paciente para melhor, desde que ele melhore sua alimentação e pratique exercícios, trazendo, assim, o diagnóstico a seu favor”.

Saiba mais:

TIPO1 - DIABETES MELLITUS INSULINODEPENDENTE - Geralmente ocorre em crianças, jovens e adultos jovens e necessita de insulina para o seu controle.

TIPO 2 - DIABETES MELLITUS NÃO INSULINODEPENDENTE - É o tipo mais frequente de diabetes, aparece geralmente após os 30 anos de idade

DIABETES GESTACIONAL - É o tipo que aparece na gravidez, sobretudo se a mulher tem mais de 30 anos, tem parentes próximos com diabetes, já teve filhos pesando mais de 4 quilos ao nascer, já teve abortos ou natimortos, é obesa ou aumentou muito de peso durante a gestação.

COMO SE MANIFESTA

- Sobretudo no Diabetes tipo I e no tipo II descontrolado: tem muita fome (Polifagia)
- No Diabetes tipo I ou tipo II descontrolado: perda de peso
- No Diabetes tipo II: ganha peso, urina muito (Poliúria), urina doce (presença de formigas no vaso sanitário), desânimo, fraqueza, cansaço físico.
Estes sintomas são os mais frequentes e não aparecem isolados. No Diabetes tipo I, surgem de maneira rápida; no Diabetes tipo II, podem estar ausentes ou aparecem de forma lenta e gradual:

- Sede intensa (Polidipsia)
- Lesões de difícil cicatrização principalmente nas pernas ou nos pés
- Infecções frequentes (pele, urina e dos órgãos genitais)
- Alterações visuais

SINAIS DE ALERTA

Muitas pessoas têm diabetes e não sabem, pois não apresentam nenhum sintoma. Isso é bastante frequente no tipo de diabetes que aparece no adulto (tipo II). Deve estar atenta a pessoa que:
- tem parentes com diabetes
- está acima do peso (especialmente do tipa abdominal)
- tem vida sedentária (não faz atividade físicas)
- tem mais de 40 anos
- tem feito tratamento para pressão alta e têm colesterol e trigliceridios elevados
- usa medicamentos diabetogênicos (corticóides, anticoncepcionais etc)

Atendimento:
- 12.426 pessoas cadastradas no SIS Hiperdia
- 984 pacientes diagnosticados com diabetes tipo I recebem atendimento no Centro de Atenção ao diabético
- 30 pacientes são avaliados e recebem curativos no Ambulatório do pé diabético todos os dias

Fernando Lopes
Saúde
14/11/13





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