Pensando 50 anos pra frente.
Agenda 2063. Este é o nome da reunião dos países da Unidade Africana – UA, visando os próximos 50 anos.
Essa reunião, que terá lugar na África do Sul, tem como foco corrigir os erros do passado e acertar os rumos do futuro.
O planejamento para os primeiros dez anos tem como objetivos básicos a situação da Paz e Segurança no continente, o Empoderamento e Desenvolvimento da mulher africana, a Integração continental e a Operacionalização do Centro de Prevenção e Controle de Doenças.
Paralelamente ao evento e, dentro do mesmo tema, discute-se o financiamento das atividades da União Africana e a migração, que tem recrudescido nos últimos anos.
Um dos objetivos do encontro chama atenção, seja pela necessidade ou pelo peso que tem na vida do continente como um todo. É o empoderamento e desenvolvimento da mulher africana.
As mulheres representam cerca de 52% da população, que já se aproxima de um bilhão de habitantes. São responsáveis por mais de 80% da produção agrícola e, no entanto, continuam marginalizadas no processo de desenvolvimento do continente, sem direito à terra, sem credito nos bancos e sem acesso à educação. A maior parte das famílias africanas exclui as meninas da educação escolar, condição fundamental para a integração da mulher no processo de desenvolvimento econômico, político, e social.
Da pequena Ruanda vem o exemplo maior. Dos 54 países africanos, somente Ruanda atingiu as recomendações internacionais de igualdade do género em todos os sectores.
Os atos de xenofobia registrados atualmente na África do Sul chegaram a turvar o ambiente dentro da União Africana. Porém, serenados os ânimos, a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Maite Nkoana-Mashabane, afirmou acreditar que a maior parte dos líderes africanos vai participar da Cimeira da União Africana, e que a África está unida na luta contra a pobreza e a xenofobia.
Por outro lado, o embaixador angolano junto da União Africana, Arcanjo Maria de Nascimento, considera que os objetivos da Cimeira e agenda 2063 correspondem as aspirações do seu país, mas apela para a tradução de intenções em realidade. "É preciso que isso se traduza em criação de mais empregos, que se traduza em criação de mais renda, em maiores quadros e mais oportunidades. Esse esforço é que está a ser mais difícil".
Onde sobram problemas, falta de tudo. E os africanos enfrentam toda sorte de problemas e desafios, desde os conflitos armados, a má governação, e a falta de infraestrutura económica, social e financeira, para atrair investimentos que possam criar maiores oportunidades para a mulher e juventude em geral.
Como dizem os italianos; Tra il dire e il fare c'è un mare. Ou seja: entre o dizer e o fazer há um mar.
Altair Maia
International Business Consultant
Blog: www.africanner.com
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