Morre Agenor Simão O Capitão Charqueada

Agenor Simão era baiano de Santa Cruz de Cabrália. Nasceu no dia 4 de agosto de 1932 na família de José Januário e Anastácia Maria de Jesus, mas foi criado pelos tios José Gregório e Vitória na pequena Rubim, norte de Minas. Trabalhou como engraxate, vendedor de doces que sua tia fazia na rua do Guaraná naquela cidade.
Desde pequeno inventava coisas e foi juntando lâmpadas de faróis e duas baterias velhas que iluminou sua casa naquela cidade. A primeira, diga-se de passagens. Trabalhou no sistema de autofalantes de Rubim.
Inquieto deixou a cidade aos 12 anos e sumiu mundo afora. Fora pra Almenara, Pedra Azul e Belo Horizonte. De lá foi para o Mato Grosso em busca de ouro nos garimpos. Decidiu ir para São Paulo. Nas ruas da Lapa e do Braz fazia bicos e, como mascate, levou a vida.

Trabalhou nas emissoras reunidas onde conheceu Moacir Lopes de Carvalho que lhe falou sobre Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Passados alguns anos veio conhecer a tal cidade. Encontrou o velho conhecido que o convidou a trabalhar na Rádio Educadora de Uberlândia. Ali conheceu Aníria Alves Simão, primeira mulher a ser Operadora de Rádio no interior do Brasil. Foi paixão à primeira vista.
Disse aos colegas de emissora que iria se casar e conquistou a bela moreninha de cintura fina.
Desta união de 56 anos nasceram Maria Victoria, as gêmeas Maria das Graças e Maria Eddy, Gregório José e Maria Luciene.
Trabalhou em todas emissoras de rádio AM de Uberlândia: Educadora, Cultura, Difusora, Uberlândia e Visão. 
Foi na rádio Cultura com Paulo Henrique Petri que iniciou a fase policialesca em sua vida. Adotou o apelido de Capitão Charqueada e era o terror da bandidagem e dos homens que agrediam as mulheres. Era temido até mesmo pelos políticos, pois, Capitão Charqueada não tinha papas na língua.
Termos e bordões como: Tchaca, Tchaca na Butchaca; tapa no escutador de candonga e lorota; o escutador de novelas; cochilou o cachimbo cai; dentre outros eram cotidianamente proferidos por ele ao noticiais os crimes.
Foi o “professor” de muitos comunicadores de hoje como Batista Pereira, Marcos Maracanã, Amarildo Maciel; André Potim; Pedro Divino Rosa, Liza Prado, Cássia Bonfim; Elcimar Godoy e Eliane Mota; dentre outros. Foi o primeiro setorista policial a atuar como escrivão de polícia “Ad doc” e assessor de imprensa. 
Puxava a orelha de Ademir Reis, Wander Rocha, Jorge Chamberlain; Silva Dantas. Era querido pelo publicitário Mauro Mendonça e por todos os delegados, escrivães e agentes da Polícia Civil. Odival Ferreira e tantos outros amigos.
Nos jornais trabalhou nos extintos A Notícia, tribuna de Minas, Cidade e O Triângulo. Também foi redator do jornal Correio de Uberlândia e colunista na Gazeta de Uberlândia, onde adotou o pseudônimo de Pataxó, tribo cuja avó havia sido pega no laço no interior baiano.
Aposentou-se aos 65 anos e deixou um grande legado na vida jornalística de Uberlândia.
Dono de um gênio forte, preferia deixar o emprego a se sujeitar a ter que “falar bem” de quem não prestava. Dizia sempre se referindo a algum pedido que lhe faziam os “grandes e endinheirados”. Deixa o emprego, mas não bajulava.
Recebeu o título de cidadania Uberlandense conferida pela Câmara de Vereadores e nunca marcou de ir buscar. O médico Bauer Dias, então vereador, concedeu-lhe a honraria. Mas Capitão Charqueada achava que o reconhecimento veio tarde, apenas quando ele completou 65 anos de idade e isto o fez pensar em não receber. Nem precisava. Já era um uberlandense desde 1954. 
Era amigo fiel e incansável de Alceu Santos e Orlando Pinto Guimarães. O Vandão (Tira Gostos do Vandão) e o Cidão advogado então, nem se fala. Outro com quem sempre tinha contato era o JB do JB Alfaiates e o baixinho e bom redator, José Pereira Pires. Sempre lembrava as histórias do escritor e historiador Antonio Pereira.
No dia dois de agosto, antes de completar 83 anos, caiu depois que sua cadelinha “Nina Rebeca” lhe pulou no corpo. Caiu e quebrou o fêmur. Daí em diante sua saúde foi definhando e, quis Deus que sua hora chegasse às 22h55 do dia 18 de setembro.
Esta a trajetória de vida de um dos ícones do jornalismo e radialismo do cerrado brasileiro..

A REDAÇAO

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