(Africa) O hiena foi preso.
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Em algumas regiões africanas há costumes, crenças, hábitos e tradições que nos deixam confusos, desorientados ou arrepiados com a sua existência, como a caça aos negros albinos e a mutilação genital feminina.
O que passamos a narrar hoje acontece, majoritariamente, no Malawi, país bastante pobre, que faz fronteira com Moçambique, no Sudeste africano. A população do Malawi chega a dezoito milhões de habitantes.
A passagem da puberdade para a vida tem seus rituais em diversas partes do mundo, tanto para os meninos quanto para as meninas.
No Malawi a passagem da vida de menina para a vida adulta passa por um ritual bastante perigoso.
Logo após o início das menstruações a menina deve passar por um ritual de purificação sexual, que consiste em dormir três noites com um Hiena.
Hiena, nesse caso, não é o animal mamífero que conhecemos. Hiena é o título dado ao homem que tem por função desvirginar as meninas da comunidade, dormindo com elas pelo menos três noites seguidas, sem usar camisinha, pois isso é proibido pelo ritual. Em cada comunidade há pelo menos um Hiena.
O ritual é negociado com a família da menina, que paga para o Hiena algo como R$ 20 pelo “serviço”. Esse ritual de purificação também se estende as viúvas e as mulheres que sofreram aborto.
O ritual da purificação foi considerado ilegal há alguns anos.
Caso a menina se recuse a dormir com o Hiena, uma grande tragédia pode se abater sobre ela, sobre sua família ou sobre a comunidade. O ritual é considerado normal e os mais velhos não vêm nisso um estupro de menores.
Recentemente o Hiena Eric Aniva foi preso em sua aldeia, no Malawi. Ele foi preso não por fazer sexo com meninas de dez, onze ou doze anos, mas sim por “pratica cultural nociva” pelo fato de ser soropositivo e não avisar as famílias potenciais clientes.
Aniva é casado, com duas mulheres, e diz que fez sexo com mais de cem pessoas depois de saber que era soropositivo, mas hoje estava se “aposentando” fazendo um ou outro “serviço” esporadicamente.
A pena de Aniva poderá ser superior a cinco anos.
Uma assistente social do Distrito de Nsanje, onde mora Aniva, disse que a maioria dos moradores era contra sua condenação, pois o “trabalho” de Aniva é parte de uma tradição.
Altair Maia
Altair2001@yahoo.com
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