Estrutura do hospital de campanha, no Expominas, será entregue na sexta-feira (3/4)
Profissionais contratados e militares trabalham 24h para finalizar preparo da unidade no prazo previsto
"Um conceito militar diz: se quer a paz, prepare-se para a guerra". A fala é do major Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, responsável pelo anúncio de ações realizadas pelo Estado na montagem do hospital de campanha no Expominas, em Belo Horizonte.
A ação é uma das iniciativas do Governo de Minas para se antecipar às necessidades que possam surgir com a pandemia do coronavírus, Covid-19. Com expectativa de entrega da primeira fase de montagem nesta sexta-feira (3/4), as obras são executadas por empresa privada com o apoio de militares da PMMG e do Corpo de Bombeiros. "Cerca de 100 profissionais trabalham diariamente, em turnos de 24 horas. A gestão é da Diretoria de Apoio Logístico da PM. Concluído, o hospital terá a disponibilidade de 800 leitos, sendo 100 para atendimento a casos de alta complexidade", detalha o major.
Pronto para sobrecarga
Instalação utilizada em guerras, o hospital de campanha tem como característica a capacidade de manobra para atender a uma sobrecarga de pacientes. "Médicos e enfermeiros ficam próximos à linha de combate para fazer frente a necessidades pontuais que chegam ali. É um modelo estabelecido em processos de guerra, um conceito aplicado em combates. No nosso caso, combate ao coronavírus", compara Santiago.
O major reforça que, frente à pandemia, a ação do governo objetiva atender a uma possível situação de sobrecarga do sistema de saúde. "Se, e quando, houver essa sobrecarga, estaremos preparados. A princípio, a expectativa é atender, sobretudo, casos de menor complexidade ou aqueles que possam ser remanejados para aliviar os hospitais convencionais, abrindo capacidade para que possam atender pacientes mais graves. No entanto, 100 leitos de UTI com todos os equipamentos necessários serão disponibilizados no Expominas", explica.
Ele destaca ainda que a escolha do Expominas se deu por questões de estrutura e logística. "É um espaço amplo, próximo ao Anel Rodoviário e com fluxo facilitado pela Avenida Amazonas, com capacidade de fluidez e recepção inclusive ao tráfego de ambulâncias".
Prevenção
Santiago ressalta que os profissionais que participam da instalação do hospital de campanha passam por rigoroso processo de prevenção ao Covid-19. "Há uma série de critérios técnicos adotados tanto pela empresa contratada, que tem expertise na montagem e manutenção de estruturas no próprio Expominas e em áreas de saúde, quanto das corporações envolvidas no apoio à montagem. No local, todos usam Equipamento de Proteção Individual (EPI) e têm acesso a higienização constante, inclusive com álcool gel. Os procedimentos operacionais são padronizados com foco na limpeza e na estrutura oferecida aos trabalhadores, incluindo alimentação".
A previsão é de que o hospital seja erguido em três fases. A primeira, com entrega na sexta-feira (3/4), envolve a montagem da estrutura dos 800 leitos de enfermaria nos pavilhões do Expominas (conceito de portas abertas e cuidados paliativos); a segunda será a montagem de 100 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), na arena do espaço; por fim, a terceira fase prevê a expansão de leitos enfermaria e UTI, montados no foyer, no segundo pavimento e no auditório. O estacionamento também poderá ser utilizado para aporte de tendas. E ainda um necrotério será montado no Parque de Exposições.
Recursos humanos
Além da equipe da empresa de montagem, 900 militares em curso de formação estão à disposição da força-tarefa do hospital de campanha. "Eles prestam apoio na logística e no transporte de materiais, entre outras tarefas de bastidores", diz o major.
Com a unidade pronta, os profissionais envolvidos no atendimento e demais áreas operacionais da unidade serão recrutados por meio de chamamento de voluntários, aporte de profissionais de órgãos públicos, contratação direta e até reconvocação de militares estaduais.
Em andamento, o processo de viabilidade de equipamentos (materiais permanentes e insumos) prevê busca nos bens do Estado, doações e ou empréstimos de unidades hospitalares e da rede hoteleira, além de outros setores públicos e privados. Também está prevista a aquisição de materiais.
Solidariedade
O major detalha ainda que a guerra ao coronavírus tem revelado uma grande rede de solidariedade na comunidade em geral e entre os trabalhadores envolvidos nas ações de combate à doença. Segundo ele, sentimentos de esperança, fortalecimento de laços e cuidado com o próximo são reforçados em momentos de crise como este e em Minas o senso de solidariedade tem se revelado muito presente.
Crédito (fotos): Pedro Gontijo / Imprensa MG
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