Saara marroquino: cinco perguntas para o especialista brasileiro Altair de Souza Maia


Brasília - O especialista brasileiro em relações internacionais, Altair de Sousa Maia, destacou os últimos avanços da causa nacional, destacando que as recentes manobras estéreis da Polisário visam minar os sérios esforços do Marrocos para encontrar uma solução política para esta disputa artificial .Para o consultor internacional, que destacou os sucessos diplomáticos alcançados pelo Marrocos em favor da integridade territorial e do seu plano de autonomia para as províncias do sul, a Polisário atende aos desígnios hegemônicos de seu mentor argelino.
Nesta entrevista, o ex-professor da Universidade Católica de Brasília também retorna à abertura em cascata dos consulados estrangeiros em Dakhla e Laâyoune, bem como à angústia causada aos adversários da integridade territorial do Marrocos pela última resolução da ONU.

Depois de ter mostrado contenção por muito tempo, o Marrocos liderou uma operação para acabar com o bloqueio do posto fronteiriço de El Guerguerat e restaurar a liberdade de circulação civil e comercial. Qual você acha que é o escopo desta operação?

A ação legítima das Forças Armadas Reais, em resposta ao banditismo e ao terrorismo alimentado pela Polisário na região, visa preservar a paz e a dinâmica de desenvolvimento e integração em toda a região.

As manobras e provocações da polisário surgem na esteira do crescente apoio internacional à posição de Marrocos e seus esforços para uma solução política negociada, o que constitui um mal-estar para o grupo armado e seu mentor argelino.

Os separatistas, engajados em ações terroristas como forma de manter uma situação belicosa, com o objetivo de dificultar os esforços sérios de Marrocos que tem obtido vários sucessos diplomáticos sob a visão de Sua Majestade o Rei Mohammed VI.

A passagem El Guerguerat é uma passagem vital não só para Marrocos e Mauritânia, mas também para todos os países da África Ocidental e do Sahel. O Reino interveio depois que a Polisario ignorou todos os apelos, especialmente do Conselho de Segurança da ONU, para liberar a passagem e parar o assédio contra o pessoal da MINURSO.

Marrocos optou pelo caminho da sabedoria face às provocações da Polisário. Como você lê a evolução dos eventos?



A obsessão da frente “polisário” em servir aos desígnios hegemônicos da Argélia na região não é um fato inédito, pois faz parte de um longo processo de manobras que visam cada vez mais alimentar a insegurança e conflito e ameaçam a paz.

Numa altura em que o plano de autonomia continua a contar com o apoio da comunidade internacional e do Conselho de Segurança da ONU, como solução benéfica para toda a região, a Polisário opta por bloquear uma passagem comercial que contribua para o integração e desenvolvimento em África.

As cobranças e ações da Polisário, ordenadas pela Argélia, visam minar os esforços voltados para uma solução política baseada no diálogo, como preconizado pelo Reino.

É mais do que uma declaração de guerra. Eu vejo isso como uma atitude que é terrorismo.

Vários países abriram recentemente consulados gerais em Dakhla e Laâyoune, em apoio que não poderia ser mais claro para o caráter marroquino do Saara e o projeto de autonomia. Qual é, em sua opinião, o alcance dessa dinâmica diplomática?

A abertura de representações diplomáticas nas províncias do sul é a prova indiscutível do apoio da comunidade internacional ao plano de autonomia proposto por Marrocos.

Isso mostra que a comunidade internacional acredita na capacidade do Reino de resolver essa disputa artificial por meio do diálogo, conforme destacado pelo Conselho de Segurança da ONU.

Além disso, esta dinâmica diplomática reforça Marrocos na sua política de desenvolvimento das províncias do sul e na promoção dos direitos humanos, bem como na consolidação da democracia.

O que devemos deduzir quando o Conselho de Segurança da ONU enfatiza a preeminência da iniciativa de autonomia marroquina e insiste no envolvimento da Argélia nesta disputa regional?

Deve-se notar, em primeiro lugar, que o apoio da comunidade internacional aos esforços de Marrocos e sua rejeição ao separatismo estão aumentando. Mas a situação na região é cada vez mais preocupante, tendo como pano de fundo as violações flagrantes na zona tampão ou dos direitos humanos nos campos de Tindouf, em território argelino.

A Marcha Verde, cujo 45º aniversário Marrocos acaba de festejar, é uma das manifestações claras desta comunhão entre os saharauis e o Trono, um apego reconhecido pela comunidade internacional, daí o seu apoio ao plano de autonomia.

A dinâmica sustentada no nível multilateral também é um fator-chave, uma abordagem que ganhou impulso, notadamente com o retorno de Marrocos à União Africana e a contribuição significativa do Reino para a facilitação do diálogo na Líbia.

No seu último discurso, SM o Rei reafirmou o seu empenho em fazer das províncias do sul um motor do desenvolvimento regional e continental. Que futuro você vê para as províncias do sul à luz dos muitos projetos estruturantes que foram lançados lá?

Marrocos conseguiu consolidar seu modelo de desenvolvimento econômico nas províncias do sul, sob a liderança esclarecida de Sua Majestade o Rei Mohammed VI. Esses avanços econômicos também são vistos de maneira favorável em casa e no exterior.

As infra-estruturas, por exemplo, são fundamentais para promover a economia e o comércio nacional e internacional e, assim, melhorar o nível de vida da população das províncias do sul.

Numa leitura mais ampla, o desenvolvimento das províncias do sul poderia promover uma melhor integração africana. O porto de Dakhla, por exemplo, poderia se tornar o “hub” de desenvolvimento e comércio ao nível da costa oeste africana, mas também do Atlântico, dada sua proximidade com o nordeste brasileiro, neste caso.

-Propostas coletadas por Khalid ATTOUBATA-

Segunda-feira, 16 de novembro de 2020 às 13:36-

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