Com biogás, Uberlândia é referência em geração de energia limpa e renovável
Mais de 452 mil toneladas de CO2 já deixaram de ser emitidas no meio ambiente
Junho de 2012. Em solenidade no Distrito Industrial, o prefeito Odelmo Leão anunciava a inauguração da planta energética de biogás. Naquela ocasião, Uberlândia se tornava a primeira cidade do interior do país a contar com um projeto de reaproveitamento de gases produzidos pela biodegradação de resíduos sólidos. Seis anos depois, a cidade colhe os resultados daquela iniciativa.
Com um dos melhores aterros municipais do país, Uberlândia inova cada vez mais na gestão de resíduos. Em conformidade à postura sustentável, o município se destaca quando o assunto é geração de energia limpa e renovável. Atualmente, mais de 5% de toda a energia consumida em residências, empresas e indústrias locais têm origem do lixo. “Tudo isso é um benefício que reflete diretamente na vida da população e também na das próximas gerações. Estamos construindo uma cidade ainda mais inovadora, pautada no desenvolvimento sustentável, com parcerias sérias e com muita responsabilidade com o meio ambiente”, destacou o prefeito Odelmo Leão.
Um dos motivos dessa expansão é a planta de biogás, com capacidade para atender 40 mil famílias. Ainda assim, a expectativa é aumentar esse número, como adianta o gerente de projetos da Energás de Geração de Energia (empresa responsável pela unidade em Uberlândia), Kennedy Ribeiro.
“De 2012 até o momento, a planta foi ampliada de 1,4 para 2,8 MWh. Somente nos últimos quatro anos, foram gerados 67,7 milhões de kW/h e evitados o lançamento de mais de 452 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Mesmo assim, estamos em estudos para instalação de mais um motor, capaz de fazer com que a geração seja de 4,2 MWh de potência instalada, atendendo assim cerca de 60 mil habitantes. Até 2022, a expectativa é que o meio ambiente seja poupado de um milhão de toneladas de dióxido de carbono”, afirmou.
A ação também contribui para a queda descontrolada de gases nocivos gerados pela decomposição de matéria orgânica, que chegam a ser 21 vezes mais prejudiciais ao homem e à camada de ozônio.
Efeitos positivos para a cidade
Normalmente, a reação química da decomposição produz gases que são lançados diretamente no ar ou queimados. Com a planta, é possível, por exemplo, realizar a combustão do metano e dióxido de carbono presente no que é depositado no aterro e, com isso, gerar o biogás.
Aterro municipal
Muito do avanço do projeto no município está relacionado às condições proporcionadas pelo aterro municipal. O local é licenciado pelos órgãos ambientais como a Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram), Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, dispõe de todas as exigências tecnológicas e de uma curva de gás acentuada proveniente de dez anos de estudos. Fatores que diferenciam o espaço, como destaca a engenheira ambiental, Alana Frazão.
“Fazemos o reaproveitamento energético a partir do biogás que é gerado no aterro sanitário. Não queimamos, nem jogamos na atmosfera esse biogás, mas geramos energia. O aterro é uma obra de engenharia e sempre fizemos tudo de acordo com o projeto, por isso conseguimos a excelência na operação, com equipe multidisciplinar formada por engenheiros ambientais, químicos, civis e especialistas em topografia, o que também agrega valor para o monitoramento e a operação do local”, disse.
Conheça todo o processo do biogás:
Captação e transporte do biogás: a decomposição dos resíduos depositados no aterro gera o biogás, captado por poços de até 40 metros de profundidade instalados no local. O sistema introduz a energia em forma de vácuo para controlar o fluxo de biogás e aspirá-lo.
Tratamento e queima: o biogás aspirado passa por tratamento no filtro separador de partículas e no equipamento de chiller (também conhecido como trocador de calor). Assim que é tratado, o biogás é direcionado para estações de aspiração e controle, onde está instalado o flare (mecanismo de alta eficiência de destruição de metano).
Geração de energia elétrica: material deste processo é transformado em combustível para geração de energia elétrica.
FOTOS:MarcoSCrepaldi - Secom/PMU
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18/06/2018
PJ Godoy
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